quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Irmãos Porta e Pavão - Parte II

Um dia, já desanimado, Pedro Porta escuta seu coração batendo mais forte ao reencontrar Gabriela. Era uma sexta-feira e ele teria de trabalhar no sábado seguinte, em plena folga.

- Como você está? - ela pergunta

Sua vontade na hora foi responder: "estou péssimo, e você deveria saber o que você fez com a minha vida", mas diante de tanto orgulho e de um coração totalmente destroçado apenas diz:

- Estou bem ...

Porta não aguentou a emoção e dias depois brigaria com sua última namorada para romper com tudo que lembrava a moça: pessoas, fotos, cartas, músicas e lugares. E não tocava no assunto com ninguém. E quando alguém mencionava seu nome, ele retrucava: "Quem ?"

Enquanto isso, Edmundo Pavão sempre acreditava no amor citando Vinícius de Morais. Mas não era amor barato, era o amor que fazia a terra tremer quando dois amantes estavam juntos. Pavão era um idealista, uma das poucas pessoas que existem no mundo. Um apaixonado. Naquela tarde de outubro, havia recebido um convite para sair:

- Vamos no Rio Scenarium? Muita gringa, mulheres sedentas por sexo ...

- Hmmm. Não vou não. Ficarei em casa mesmo.

- E o Carnaval ?

- Não sei. Quero ficar longe do Rio.

- Como assim?

Pavão pensava que não encontraria naquela noite uma alma tão perdida quanto a sua. E já sem salvação, optou por acordar bem no dia seguinte para se dedicar a sua verdadeira menina de ouro, a banda "Disco 5".

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