sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A última dose


A terceira dose de uisque é o beijo da morte. Entre as luzes distorcidas do Baixo Gávea, surgiu no copo de Domingos Oliveira Filho a figura de uma mulher. Chamava-se Roberta, nome de mulher astuta e mais velha. Tinha cabelos soltos longos negros, era branca, alta e chamava atenção pelo olhar desafiador.

Oliveira foi acometido na hora por sentimentos de amor e ódio. Na solidão de quinta-feira à noite, foi sua única companheira. Evocou sua nostalgia antes de pagar a conta e se despedir de Roberta. Ainda pensou muito antes de chegar à sua casa de móveis desarrumados.

Duas mesas à esquerda, encontrava-se Raquel. Tinha 18 anos e 15 caipirinhas, típica bebida de uma geração pseudo-etílica. A moça encontrava-se com Fernando a cada gole em seu destilado. O homem era mais velho, alto, cabelos curtos, mas bagunçados e barba por fazer.

domingo, 15 de novembro de 2009

Estilo Mel Lisboa


Justifico-me sobre o óculos "estilo Mel Lisboa". Em 2001, após a exibição da série Presença de Anita, a ex-global apareceu numa coletiva de imprensa com um óculos de arame preto, fundo quadrado e ares de intelectual.

- Acho que dá um charme. E, sem meus óculos, não fico confortável para dirigir à noite - comentou a atriz que tem sete modelos em sua coleção.

Com 1,5 grau de miopia e um pouco de astigmatismo, Mel usa lentes descartáveis quando atua no teatro ou no vídeo.

O estilo se propagou logo e atingiu artistas famosos como Theddy Corrêa e Fito Paez. Neste ano, me rendi e também entrei na lista. No loja, não saberia descrever modelo que gostaria. Então, pedi o óculos estilo "Mel Lisboa" para o espanto e a incompreensão de todos os funcionários da ótica.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Janela da alma

Não enxergo quase nada sem os meus óculos. As pessoas que passam do outro lado da rua são como vultos. Não posso ir ao cinema, tenho que me aproximar da televisão para ver algum filme e na livraria não consigo distinguir os livros que estão na parte superior da estante.

É triste e cinzenta a vida sem meus óculos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Al otro lado del río

Quando voltei á cidade grande, me receberam com um tango e com o frio que tanto pedi. Pensei em voltar pelo menos umas dez vezes por ano. E ainda sobre a possibilidade de passar o restos de meus dias naquel lugar. Tive de deixá-la.

Mas quando atravesso o rio prateado, mal sabia que me esperava uma cidade mais pacata e acolhedora. Parecia que havia parado nos anos 50. Carros antigos, pessoas andando bem vestidas e trajando suas boinas.

O silêncio da noite do outro lado do rio.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Hora de voltar ...



Ou não ...

O Fim de Mundo é uma grande jogada de marketing e turismo. Percebi logo de cara ao me deparar com um pipoqueiro no alto de seus 60 anos fadigado de tanto andar. O velho me interpelou na rua:

- Quer pipoca? Aproveita pois sou o último pipoqueiro do mundo.

Contudo, nada substitui a sensação de estar na pontinha do mundo e mirar paisagens sobrenaturais. Chegar ao Fim do Mundo sozinho, de ônibus ou pedindo carona é a prova que existe um vício chamado viajar.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Necessária Solidão

Enfim, o fim do mundo. O início de tudo.

Logo busquei o quiosque aberto 24 horas e no balcão estava Susana. Eu carregava uma garrafa Quilmes que trouxera de uma boate ao lado, mas pedi água.

- Não tenho uma sacola menor.

- Não tem problema. Coloco a Quilmes e a água.

E logo se tornaria um costume visitar a bela Suzana todos os dias para simplesmente ouvir "Buenas e Gracia vos"

Enquanto a cumbia rolava solta durante o dia inteiro, ficava a admirar seu belo sorriso e sua simpatia.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

33 dias


Liberdade máxima.
Andarilho solitário.
Viajante asteta.
Música e um pouco de literatura para acompanhar.
Adaptado a todos os ambientes

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Valsinha

Qual será o nome dela ? Diana, Beatriz, Juliana, Luíza, Patrícia ou Sabrina? Como estará vestida ? Que samba tocará quando estivermos juntos ? O que estarei pensando no dia seguinte quando estiver caminhando na areia ou mergulhado na água gelada de Ipanema ?

Quantas horas eu demorarei para sentir saudade da noite passada? Quantos minutos para estar sozinho novamente?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Passagem para ...

O relógio apontava 1h da manhã. O Baixo continuava cheio, mas muitos tomavam o caminho de casa. No mesmo instante, Pedro, o cidadão europeu, convida a roda de amigos para uma saideira colossal. Adentramos no restaurante e sentamos à mesa forrada com uma toalha vermelha.

- Estamos fechando - tentou nos brecar o garçom

- Cachaça para todos - bradou o moço do Velho Continente, ignorando a ordem do garçom.

Como forma de vingança, o mètre, nos encarando, trouxe um copo inteiro da malvada e não uma dose conforme fora pedido. Anna Paula foi a primeira a refutar:

- Não posso tomar isso

De imediato, alertei:

- Isso não é uma cachaça. É uma passagem só de ida para o inferno.

- Drink no inferno - respondeu Joana sorridente

- Sympathy for the Devil

- Welcome to the Jungle

E desceu o destilado aniquilando os últimos presentes naquele restaurante.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Lágrimas de um pavão


Ao contrário de seus companheiros que se vestiam de forma despojada como os jovens de hoje em dia, Pavão foi ao show de sua banda como se fosse a um jantar de família.

Diante de tantas pessoas desconhecidas que gritavam o nome da Disco 4, uma menina lhe chamou atenção. Durante a canção "Pequena" ela chorava copiosamente cantando cada palavra. Pavão percerbera que sua música emocionava pessoas e também foi às lágrimas.

Após o concerto, o vocalista da D4 recebeu efusivos "irado o seu show". Tímido, ele só respondia:

- Pô ... valeu.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mal estar no país do Carnaval

Quando Freud escreveu "Mal Estar na Civilização", em 1929, o mundo vivia um período turbulento. A queda da Bolsa de Valores americana e o clima de desconfiança pairavam sobre a humanidade. Anos antes, o mundo viveu sua Primeira Guerra Mundial. Não haveria momento mais oportuno para o psicanalista escrever tal obra.

Num mundo onde as fronteiras não existem, o capital produz a ganância pelo “ter” em detrimento do “ser”, sem instituições para nos amarrar e dar um sentido, a felicidade resolve os problemas e o nosso desejo é escapar da dor. Então, precisamos de algo para suprir a falta e o vazio. “Saídas” não faltam, porém, ledo engano, elas são efêmeras, acabamos voltando ao mal-estar.

Uma das saídas que Freud apontou é a substituição. Nada melhor que o tradicional Carnaval brasileiro para ilustrar e exemplificar o mal estar. Uma celebração pagã com quatro dias de puro êxtase, devaneio, delírio coletivo, catarse e escapismo, quando ritmos alucinantes regados ao álcool e sexo sem limites reforçam a ilusão de que é possível escapar: “E um dia, afinal, tinham direito a uma alegria fugaz, uma ofegante epidemia, que se chamava Carnaval, o Carnaval, Carnaval.”

Curiosamente, o período tão aguardado pelos brasileiros se opõe as palavras de Freud: não há civilização sem restrição da sexualidade. Com toda castração, onde estaria o superego nos quatro dias de Carnaval? Diante do frenesi e da pressão da velocidade de informação, da quantidade de estímulos que aumenta a angústia, o estimulo ao gozo é sempre constante.

A proposição contemporânea de “gozar o tempo todo” confunde o ser humano. Isso ocorre porque ele precisa de um objeto e a sociedade afirma que este existe, seja representado por uma pessoa, seja por outro objeto da realidade humana – a Bolsa de Valores, por exemplo. Contudo, tanto o outro quanto o capital são ineficientes na missão de satisfazer completa e constantemente, e a esperança do prazer total passa a ser concentrada em outros objetos – como o órgão sexual – e em comportamentos pueris tomados por um impulso infantil.

Ao juntar a ineficiência dos objetos de gozo em prover satisfação total e a neurose vivida pelo ser humano contemporâneo, percebe-se um movimento cada vez mais paradoxal no âmbito dos relacionamentos sociais. As relações afetivas, por exemplo, são cada vez mais frágeis por serem tomadas pelo medo da perda e, ao mesmo tempo, pelo desejo constante da satisfação sexual. A dinâmica destes relacionamentos passa a ser a “dinâmica do laço”, na qual o movimento de “manter o laço” e de “romper o laço” ocorre continuadamente, sempre no sentido de agredir e hostilizar o objeto de prazer devido à dependência afetiva e às neuroses contemporâneas.

Mesmo que a sociedade contemporânea proponha ao ser humano o gozo constante, ninguém conseguiu ainda ser completamente feliz. Isso porque a Lei ainda existe e o ser humano – pelo menos em sua representação social – não é perverso o suficiente para evitá-la a todo momento. A felicidade surge, tímida e pontualmente, nos cada vez mais raros (ou comuns, dependendo do nível de perversidade do indivíduo) momentos em que nos permitimos infringir a Lei.

Assim, temos o homem contemporâneo, desamparado, histérico, perdido sem nenhum sentido e consumindo múltiplas identidades.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um prato de comida por um sorriso

Na semana passada, estava num coletivo de linha 433 (Leblon - Vila Isabel), quando um fato, no mínimo, constrangedor, chamou atenção dos passageiros. Logo após passarmos dos Arcos da Lapa, um homem alto, gordo, negro e com barba por fazer não admitia receber o troco em moeda (R$7,50).

- Você tem nota aí que eu vi - exclamou o sujeito.

- Minha obrigação é lhe dar o troco. Se não quiser moeda, fala com o Banco Central e manda parar de emití-las - retrucou o cobrador.

- Estou no meu direito. Se você não me der os sete e cinquenta em notas, vou chamar a viatura e parar este ônibus - vociferou o passageiro que, curiosamente, carregava uma criança de colo.

- Pode chamar quantas viaturas você quiser - respondeu o cobrador no mesmo tom.

- Você está com sorte, porque estou num bom dia.

- Por que? Você vai encostar em mim? Se vier para cima de mim, esqueço que estou trabalhando e você está com uma criança - o cobrador tentou intimidar.

Como o dinheiro deixa as pessoas cautelosas! Num mundo ideal, não teríamos as verdinhas. O passageiro passaria pela roleta e pagaria com um aperto de mão. Nos restaurantes, nos bares, nas lanchonetes, pedir-se-ia comida em troca de um sorriso. Para entrar em teatros, cinemas e discotecas só com um abraço!

Ah, é sonhar demais, alertaria um leitor.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cartolicismo


Ah, Cartola

Soube antes de todos que AS ROSAS NÃO FALAM
Num PRANTO DE POETA, revelou que O MUNDO É UM MOINHO
E fez de sua maestria uma SALA DE RECEPÇÃO,
Mostrando O QUE É FEITO DE VOCÊ

Pois saiba, querido mestre
Dancei com a DIVINA DAMA no SILÊNCIO DE UM CIPESTRE
Fui encharcado de paixão por este AMOR PROIBIDO
E quando disse MINHA, escapou-me a SENHORA TENTAÇÃO

SIM, DESFIGURADO e com PEITO VAZIO,
Confesso que PRECISO ME ENCONTRAR
Pois se eu tivesse AUTONOMIA, não gritaria
Tampouco diria: SEI CHORAR

Tanto na CIÊNCIA E NA ARTE
Na ALVORADA que nasce durante o INVERNO DO MEU TEMPO
As CORDAS de AÇO dão o tom da COR DA ESPERANÇA
Pois ALEGRIA somente no VERDE QUE TE QUERO ROSA

terça-feira, 28 de julho de 2009

A arte está acima do jornalismo

O moço descobriu que não tinha a menor intrepidez para correr atrás de pautas ou a cabeça no lugar para exercer a função de um editor. Sua mente era repleta de dúvidas sobre as quais pareciam não haver respostas e não conseguira organizar o caos dentro de si.

Questionava sempre: Até que ponto um homem pode trabalhar somente por dinheiro? Por que prostituir sua inteligência a serviço de tão pouco. Se isolou numa solidão durante dois anos, perdendo tudo e se desligando de todos os amigos em detrimento de uma pequena porção de "Carreiras".

Desde seus 18 anos, quando começou a incursionar sozinho mundo à fora, dormir em rodoviárias e ir sempre atrás das ilusões perdidas, achou que poderia se dar bem e conhecer pessoas de diferentes crenças, nacionalidades e raças. Antes disso, já se familiarizara com o ambiente tenso e complexo, mas no fundo algo o lembrara que jornal só serve para enrolar peixe.

Pensara que encontraria um ambiente cercado de intelectuais que ouviam de Chico Buarque a Radiohead, discutiam literatura, filosofia e à noite se encontravam num botequim para discutir os percalços da vida. Mas o que encontrou foi uma realidade totalmente diferente. Pessoas caretas, vivendo num universo muito limitado.

Viu também muitas injustiças quando chegou lá. As pessoas que idealizara eram minoria. E presenciou a despedida de uma por uma. Teve de aguentar o homem da voz fina. Contudo, ressaltava sua crença na arte a todo momento.

domingo, 26 de julho de 2009

Teoria das pseudo-londrinas


Por Hanrrikson de Andrade
http://www.cineaforismo.com

Assim como a caipirinha, o samba, a mulata, o pandeiro, há uma característica em especial que pode (e deve) ser evidenciada em qualquer reflexão sobre o conceito de "brasilidade": o calor. O Brasil é internacionalmente reconhecido por ser de clima tropical, com verões avassaladores que arrebatam milhares de nativos e milhões de turistas para as nossas praias exuberantes e demais pontos turísticos. Neste processo de construção de uma "identidade" - dotada de signos culturais muito bem estabelecidos -, faz-se necessário lembrar que o Rio de Janeiro tem um papel de destaque. Não mais ou menos em comparação a outras cidades (é infrutífero cair nesse tipo de discussão), mas diferente, "peculiar", principalmente se ampliarmos as noções de identidade cultural e de atribuição de valor a estereótipos do ponto de vista geográfico.

Em resumo, o calor é uma "marca registrada" do Rio de Janeiro. Na contramão desse fato, porém, qualquer indivíduo com um poucos mais de perspicácia é capaz de observar a popularização do que chamo de "estilo pseudo-londrino". Definindo com proficiência em palavras rápidas, são aquelas meninas que passam todo um semestre à espera do raquítico inverno carioca a fim de desempilhar de seus armários as botas, os cachecóis, os sobretudos etc. Geralmente, gostam de rock e frequentam a Casa da Matriz. Este fenômeno, porém, vem se espalhando vertiginosamente para outras tribos urbanas e até mesmo se adequando à "moda da labuta". Qualquer escritório no Centro, por exemplo, está hoje lotado de pseudo-londrinas. Mulheres que se sentem mais auto-confiantes em virtude de uma produção estética diferenciada, tipicamente europeia.

A nível de hipótese, eu identifico uma escala gradativa nessa pós-contemporânea pagação de pau ao padrão estético supracitado: as primeiras mulheres a "buscar" na Europa as botas, cachecóis, sobretudos etc - aqui nesta formulação teórica utilizamos Londres como ilustração - foram as sulistas (o que é de certa forma aceitável, uma vez que no Sul efetivamente há clima propício para a utilização dos referidos acessórios). De lá para São Paulo foi um pulo, dada a "admiração" que os paulistanos de maneira geral têm sobre o estilo de vida gaúcho e de seus hibridismos culturais. O processo de contágio ocorreu paralelamente quanto ao Rio de Janeiro, filtrado basicamente por determinados espaços urbanos, com destaque para a Zona Sul.

Mas até mesmo em São Paulo, vale ressaltar, há dias em que a sensação térmica pode eventualmente justificar as luxúrias estéticas das pseudo-londrinas. No Rio de Janeiro, não. É realmente difícil digerir o fato de que há mulheres que acessam fielmente o Climatempo (www.climatempo.com.br) quatro ou cinco vezes por semana no sentido de aproveitar o mais rápido possível uma aleatória oportunidade de fazer uso de suas "armaduras". São as mesmas que, numa quase irascível noite de 24 graus, já batem continência em frente ao espelho e exibem sem pudor aquele lindo cachecol comprado na feirinha de Teresópolis. Tal fenômeno aqui relatado denota, na verdade, uma afronta às raízes culturais desta cidade que, mesmo no inverno, não chega aos 10 graus.

Dito isso, por favor, queimem no inferno.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Incursões solitárias pelo Rio de Janeiro

20h15 de domingo. Me sentia estranho e com uma pequena ressaca que me deixou a tarde inteira em casa ouvindo música. Sai. Sozinho. Bem vestido. De preto. De luto. Sem cachecol. No frio.

Comecei minha peregrinação solitária por Copacabana. Meus relacionamentos não duram mais do que 20 minutos. Esta é a triste realidade. Ao meu lado, apenas minha sombra, minha alma, meu escudo. Um samba de Noel Rosa na Rua Almirante Gonçalves me fez parar por alguns instantes. Muitos turistas apreciavam as delicadas palavras do poeta da Vila. (Sem entender muita coisa).

Ganhei Avenida Atlântica. Uma mini-festa junina num daqueles quiosques burgueses. Um mendigo com sua capa preta. Uma senhora vendia balas na porta do Manuel Joaquim.

Tomei um ônibus (511 - Urca - Leblon) e parei no Baixo Gávea. Me rendi a uma garrafa de Original (R$7,00). Parecia um desfile de moda. Pessoas elegantes, bonitas. Algumas moças com cachecol - devem ter esperado o ano inteiro para tirar do armário. Muita gente vinha do Shopping da Gávea, onde a última sessão do teatro terminara.

0h30. Toca o celular. Já esperava a solidão e o vazio. Me fez lembrar das andanças em Londres, ouvindo Morrissey e Suede no disc-man. De Russel Square até o Big Ben, passando pela intensa Oxford Street.

- Não sei se vou ai no Baixo hoje. Estou meio cansado.

Deixei o BG Bar, tomei um taxi e fiquei na porta da Melt. Uma menina saia carregada. Pior do que ela só um rapaz que vomitou no taxi e provocou a ira do chofer

- Esse pessoal não sabe beber. Na minha época, quando eu via que a vaca estava indo para o brejo, parava.

1:16. Empório às moscas. Dois gringos suecos puxavam papo com uma brasileira. Não tive saco para ficar ouvindo. Fui procurar outro lugar.

2:11. Adentrei numa espécie de Cafe Dance Club na Teixeira de Melo (R$ 25). Poucas pessoas. Pista pequena. Alguns hits dos anos 80/90. Lembrei da Foxfo, mas não rola de voltar lá. Morri em casa. Com cerveja na cabeça.

domingo, 28 de junho de 2009

Obrigado, Loki


Arnaldo,

Não gostaria de incomodar seu sossego. Sei que descansas em um belíssimo sítio em Juiz de Fora. Mas não poderia deixar de citá-lo neste espaço, sobretudo após assistir "Loki". Minha intenção é somente agradecer por tudo o que fez para a música brasileira. Você é o maior gênio dela. O grande inventor e por que não reinventor?

Seu coração de criança e sorriso ingênuo de menino nos deixaram emocionados. Que história de vida. E como diz a canção, tenha certeza, mais louco é quem me diz que não é feliz.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Jornalismo é uma grande ilusão

Calma. É um relato pessoal que não pretende desencorajar os estudantes desta profissão. Com 18 anos, chegamos na faculdade crentes que agora temos o poder para mudar o mundo. Mas não é nada disso. O capital empresarial racional e careta dominou o mundo de tal forma que não há espaço para os sonhadores.

É o tempo da crise, dos livros de auto-ajuda e de "como vencer na vida". Mas ainda creio na arte.

Não façam tempestade em copo d'água. O diploma ainda será valorizado pelas empresas sérias.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ponto no fim.


Acabo de ver “Apenas o fim”, de Matheus Souza. Um filme não recomendado para menores de 12 anos e pessoas sensíveis que se emocionam com a dor e a lembrança de que nada é para sempre.

Em determinado momento, diante de um dia melancolicamente ensolarado, me aflingia o vazio do personagem de Gregório Duvivier. Torcia para o filme acabar logo. Por mais que ele estivesse numa conversa agradável com a amada, seu olhar não disfarçava a tristeza. Algo que ficou evidente na cena do banheiro.

Sobre a parte técnica da película, Souza tem todos os ingredientes para se tornar um Domingos Oliveira. Uma pequena obra-prima, diria eu.

Refleti. Para uns o fim dói mais. Significa o término de um ciclo ou da estrada. Para outros, é apenas o fim.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Será ?

Thedy anunciava a última música. Já estava na hora de ir embora, pois dia seguinte seria uma segunda-feira de trabalho.

- Muito bom fazer parte da vida de vocês. É uma honra para nós. Ou nenhum de nós!

Os primeiros acordes denunciaram. A platéia efusiva respondeu cantando: “As vezes peço a ele, que vá embora, que vá emboraaaa...”

Thedy apenas sorriu e emendou “Me Odeie” para o delírio das meninas da primeira fila.

Depois do show, alguns desconhecidos comentavam na fila do ônibus e nas lanchonetes:

- Cara, chorei feito uma condenada nessa hora – revelou uma menina de baixa estatura, de olhos verdes e cabelos castanhos até os ombros sobre a canção que encerrou o espetáculo.

Já no Baixo Gávea, um rapaz com a camisa do Inter comentou:

- Tinha que ter ido não é, meu? Os caras são colorados!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ouro de tolo

Assim que fora empossado em seu novo cargo dentro da empresa, recebeu inúmeros cumprimentos: "Finalmente você conseguiu". Em dado momento, os efusivos apertos de mão lembravam cenas de "O Poderoso Chefão", quando o Dom da família era escolhido.

Não comemorou, tampouco deu pulos de alegria. Aquilo já era esperado por tudo que havia feito pela empresa.

Recolheu-se e questionou se estava mesmo feliz. A resposta foi negativa. Fora designado para algo incompatível com seu perfil. O que fazer diante de tantos "é a chance de fazer seu nome aqui"? Torceu para que as horas e os dias passassem logo para que chegasse em casa para ler seus livros e ouvir seus discos.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Agenda cultural

Dia 17 de maio:

Nenhum de Nós, 22h, em Baependi (Rio de Janeiro)

Presença confirmada: Selton Mello

domingo, 26 de abril de 2009

Dia do goleiro



Eu sempre fui goleiro quando jogava no colégio. Me "aposentei" em 2002, após uma luxação no dedão que acabou com minhas últimas duas semanas de férias. Passei a jogar na linha, mas não repeti o mesmo desempenho. E nunca mais voltei aos gramados, às areias e ao salão.

Nenhuma posição no futebol combina mais comigo. Ser goleiro é estar sozinho, desafiar o perigo. É caminhar sem o mesmo glamour de um atacante artilheiro, que cai nas graças da torcida após um gol.

Eu sou assim. Estou sempre debaixo das traves da vida e onde eu piso não nasce grama.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Evangelho segundo Nelson Cavaquinho


"Quem vem ao mundo é para sofrer. Uns fogem da vida, mas eu quero viver. Quem não sabe sofrer, não tem amor a Deus. Carrego a minha cruz, Deus me ensinou a suportar os sofrimentos meus.

Assim eu irei até o fim. Feliz, neste mundo de quem pensa assim. Sou pobre, mas sou rico de bondade que Deus me deu. Deus não me esqueceu"

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Cartola tinha razão

Uma noite que se foi e não voltará mais. Como tantas! Dá vontade de chorar, mas depois abrir um sorriso ao lembrar daquelas palavras, daquele sorriso, do abraço, do beijo, enfim. Minutos tão bons, deu vontade de parar o relógio.

Certa feita um conhecido havia passado pela mesma situação. Por medo de perder o encanto ele me confessou:

- Foi tão perfeito que não dá vontade de nunca mais voltar lá.

Não lembro o nome, tampouco sei quem era. Mas alguém vai lembrar que esteve com o botafoguense "Léo jornalista".

Para não dizer que não falei das flores, roubaram meu celular e o único meio de manter vivo aqueles preciosos minutos. É ... o mundo é um moinho mesmo.

Pelo menos está pintando um ano bom.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Conversa a Tom Zé

Bar da Saideira 3:34 AM

Pavão: Vamointão ?

Moço: Vamo Inter

Pavão: Vametê ?

Moço: Vomitão

Pavão: Vamo então

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Rua do Ouro x Baependi

Entre a Meca da vida profana e sentimental, estes dois locais têm sido muito visitado nos últimos anos. Caberia até um museu na memória.

A Rua do Ouro destaca-se por seu céu estrelado e noite silenciosa. Para chegar até ela precisa-se conhecer a Sandra. Escuta-se por lá:

- Ah, então você é o Léo!?

Em Baependi, a vida é um pouco mais agitada e o que mais se escuta?

- Life is hard, my friend.

Bob Dylan, inclusive, teria passado alguns dias em Baependi para compor uma música com o mesmo nome das palavras profetizadas acima para o seu novo disco. Especula-se também que o artista e compositor seja o andarilho solitário.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Em Baependi

Voltavam de uma noite quase orquestrada Pavão e o moço. Depois de tanto tempo, o encontro entre os dois amigos mereceu vários brindes. Sucedeu que às 3h30mim os dois voltavam de carro para a cidade, quando o moço pediu para que Pavão parasse no caminho:

- Vou ficar aqui.

- Tem certeza?

- Sim. Depois eu pego um ônibus ou um taxi

- Está bem

Estavam em Baependi. Um pequeno vilarejo com uma rua principal e uma pracinha. Curioso, Pavão perguntara o que o moço iria fazer ali naquela hora. Logo percebeu que seu amigo iria ficar do outro lado da rua contemplando o apartamento da moça de outrora.

Pavão desejou boa sorte ao amigo e seguiu o rumo.

O moço ficou diante do apartamento durante uns cinco minutos. Só olhava, não pensava nada. Resolveu descansar em um dos bancos da pracinha. Ficou sentado sobre as mãos. Não deu dois minutos, um andarilho solitário advertiu:

- A vida é dura.

domingo, 5 de abril de 2009

Moço velho


Certa vez, um amigo muito querido me confessou:

- Quero viver tranquilo, sem alarde.

De pronto repondi:

- Penso nisso também. Ficar sozinho, num quartinho, só com o barulho do radinho sintonizado na AM, como aqueles velhinhos

- Pois é ... os velhos vivem em silêncio.

Acredito que eu seja um moço velho.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Vitória da ilusão e da crise

Não, ela não vai ligar, tampouco vai retornar à mensagem. As palavras ficaram nas ruas e no ônibus mesmo. Acho que nem o melhor mágico do mundo seria capaz de produzir uma ilusão tão grande como aquela que aconteceu comigo neste último Carnaval. Mas para que se apaixonar por uma mulher 10 anos mais velha? Não faz sentido e não daria certo.

Aqueles quatro dias de euforia não foram tão perfeitos assim. Faltou alguma coisa e você sabe o que é.

Além disso, eu não aguento mais escutar a palavra "crise". É crise de relacionamento, crise existencial, crise econômica, crise política. Ninguém fala "cerveja", "amor", "poesia". Eu sei que sou um sonhador, mas também vivo com as máscaras da realidade.

E por falar nisso, estou escrevendo uma peça chamada "É a crise, amigo". Vai ser um sucesso.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Envelheço na cidade




Eu comemoro o meu, mas acho a data tão triste quanto Réveillon e Natal. O importante é chegar cedo no bar para aproveitar as conversas sobre os diversos temas, alguns deles discutidos neste blog. O ritmo pré-carnaval segue frenético e a noite não tem hora para acabar.

Lembrei de uma palestra do Arnaldo Niskier sobre a escritora Rachel de Queiroz, na Academia Brasileira de Letras, sobre a qual o assunto em questão foi discutido

Como vai comemorar o aniversário?

Rachel de Queiroz - Vou me esconder. É muito chato fazer aniversário, festejar. Provavelmente minha irmã no dia seguinte ou na véspera vai fazer uma recepção para a família e pros netos, lá na casa dela. Nunca faço comemoração. Sou pouco festeira. Não acho graça nenhuma em fazer 90 anos. Essa história de envelhecer, você não tem noção direito de que está envelhecendo. A gente não sente. O tempo é a mesma coisa. As pessoas à volta é que gostam de comemorar, mas a própria vítima da história não tem essa animação. Além da desgraça de fazer 90 anos, querem fazer comemoração.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Orquestra Inferior com Amargante




Fatos recorrentes de uma noite devidamente orquestrada:

“Apresentamos o presidente da Orquestra Inferior”. Neste momento, Fábio Lima me avisa:

- Olha lá o seu ídolo!

Era Amargante em carne e osso. O público foi à loucura. E o próprio ex-hermano não estava muito sóbrio.

Em outro determinado momento, encontro a menina bordada de flor:

- Luíza, a gente sempre se encontra aqui!

- É mesmo!

- Dançará ...

A cada palavra que eu falava, ela ria. No entanto, cinco minutos depois ela alerta:

- Eu tenho que falar uma coisa para você. Eu não sou a Luíza.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

E agora, José?



A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,

E agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

(CDA)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Separações ? (Domingos Oliveira)

Aos 45 minutos do segundo tempo, sobe a plaquinha indicando substituição. O técnico, percebendo que seu atleta estava cansado, resolve não esperar o fim do jogo e tirá-lo antes para ser homenageado pela torcida. E não deu outra. O atleta saiu ovacionado pelos fãs, que reconheceram o seu esforço.

- Não dá mais para ficar com você. Estou te fazendo mal, você não tem mais tempo para os seus amigos e para se dedicar ao que realmente gosta - ela disse.

- Já esperava isso de você - respondi.

- Ah, você não tem esssa paixão toda por mim ...

- Mas é sempre difícil, ne?

- Eu vou te ligar daqui a 15 dias. Depende de você. Ainda podemos nos ver. Não será como antes, mas não vamos nos separar totalmente

- Pois é ...

- Não diga adeus, espere pelo menos até abril.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A menina do cinema e suas esquisitices

Aquela menina que eu sempre encontrava, às segundas, à tarde, no Arteplex, quase me matou de susto na última quarta-feira. Sempre sorridente, na primeira vez, a encontrei estava sentada com o namorado numa livraria. Na segunda, estava sozinha e correndo para não perder a sessão de "Vick Cristina Barcelona".

Nas duas vezes quase não falou comigo direito.

Estávamos em sua casa. Ela sempre sorridente, ateou fogo contra o próprio quarto. Dez minutos depois, estava desesperada e arrependida. Sua melhor amiga ligou e perguntou:

- Alê, para que isso? Você tem um namorado lindo, uma família, um emprego ...

Ela, então, veio me abraçar, perguntando o que deveríamos fazer

- Primeiro temos de apagar o fogo ... - respondi.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

San Siro (Milão-ITA)



A partida era entre Milan e Livorno. Eu e Daniel Leal adentramos no San Siro, às 14h. Estava um calor absurdo, todavia, o público que chegava vestia-se com roupas de frio. Percebendo que eramos de fora, um italiano avisou:

- À noite esfria heim ...

Então, Leal sugeriu:

- Vamos voltar para o hotel. O ingresso permite entrar qualquer hora.

Estava mesmo cedo para a partida. Mesmo assim, a torcida do Milan fazia uma grande festa. O telão do San Siro mostrava imagens de Kaka, Pato e companhia. Estavamos de frente para a Rossoneri, na parte inferior. Mas o fato mais curioso residia acima de nós. A torcida da Inter também estava no estádio (com suas faixas e tudo mais).

- Por que eles estão aqui ? - indaguei.

- Vieram torcer contra - respondeu Daniel com um leve sorriso.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Irmãos Porta e Pavão - Parte III

Pedro Porta aproveitara os momentos de solidão para se livrar daquilo tudo que o irritava em Gabriela. As festas e os jantares de família, as pessoas falando alto, as músicas bregas, os falsos amigos, os compromissos, enfim, na falta do que fazer, era o consolo que o mantinha respirando e aspirando uma pessoa mais fina, inteligente e com gostos melhores.

Sem perceber, Porta encontrou a pequena. E era mais linda do que Gabriela. Os dois se beijaram diante de um sambão de Chico Buarque. Momento perfeito se não fosse o grau etílico do rapaz, que estava tão bebado e acabou esquecendo de pedir o telefone da moça. A única lembrança que teve foi ver aqueles lindos e lisos cabelos compridos atravessando a porta e indo embora.

No dia seguinte seus amigos perguntariam quem era a moça, mas Porta envergonhado respondenderia que não sabia quem ela era.

O moço lembrara naquela tarde da última vez que vera Gabriela na vida. Não disse um "adeus" para a pessoa que não poderia mais viver sem, apenas se afastou e foi embora.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Irmãos Porta e Pavão - Parte II

Um dia, já desanimado, Pedro Porta escuta seu coração batendo mais forte ao reencontrar Gabriela. Era uma sexta-feira e ele teria de trabalhar no sábado seguinte, em plena folga.

- Como você está? - ela pergunta

Sua vontade na hora foi responder: "estou péssimo, e você deveria saber o que você fez com a minha vida", mas diante de tanto orgulho e de um coração totalmente destroçado apenas diz:

- Estou bem ...

Porta não aguentou a emoção e dias depois brigaria com sua última namorada para romper com tudo que lembrava a moça: pessoas, fotos, cartas, músicas e lugares. E não tocava no assunto com ninguém. E quando alguém mencionava seu nome, ele retrucava: "Quem ?"

Enquanto isso, Edmundo Pavão sempre acreditava no amor citando Vinícius de Morais. Mas não era amor barato, era o amor que fazia a terra tremer quando dois amantes estavam juntos. Pavão era um idealista, uma das poucas pessoas que existem no mundo. Um apaixonado. Naquela tarde de outubro, havia recebido um convite para sair:

- Vamos no Rio Scenarium? Muita gringa, mulheres sedentas por sexo ...

- Hmmm. Não vou não. Ficarei em casa mesmo.

- E o Carnaval ?

- Não sei. Quero ficar longe do Rio.

- Como assim?

Pavão pensava que não encontraria naquela noite uma alma tão perdida quanto a sua. E já sem salvação, optou por acordar bem no dia seguinte para se dedicar a sua verdadeira menina de ouro, a banda "Disco 5".

domingo, 4 de janeiro de 2009

Irmãos Porta e Pavão - Parte I

Pedro Porta acabara de terminar o namoro de um ano e um mês com Gabriela, sua professora de inglês. Dois dias depois, acordou ao lado de uma menina que havia conhecido no Sul e cujo sobrenome era Fim. Coincidências à parte, meio arrependido, o rapaz olhou a janela, ouviu o barulho de carros e logo em seguida concluiu: "Tenho de sair logo". Ele fitou a moça, que ainda dormia, vestiu-se com sua velha calça jeans, sua roupa de couro e voltou para casa. Estava próximo à Farani, onde pela primeira vez, desejou nunca ter pisado naquele local.

Porta não era mais um adolescente. Já tinha seus 26 anos, mas conservava a boa aparência e estava sempre bem arrumado. Dizia que gostava de ir no evento e beber até "decretar que estava bêbado". Naquele dia, no entanto, a vida virava de cabeça para baixo.

No mesmo instante, seu irmão, Edmundo Pavão, rapaz franzinza e barbudo, ensaiava com sua banda, "Disco 5", no Grajaú. Ele estava meio chateado porque havia brigado com o Nicole, seu grande amigo de faculdade. Pavão era mais moço, mais reservado e mais contido, embora deixasse transpirar suas emoções. Uma contradição que sustentava desde os 18 anos, quando conheceu Maria, sua primeira namorada.

À tardinha, diante do silêncio da Rua General Glicério, em Laranjeiras, Porta percebeu a imensidão de seu vazio. Encontrou o irmão e poucas pessoas sentadas no Vilarino e balbuciou:

- Eu e eles. E a nossa dor.

continua ...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

31 de dezembro de 2008

Passei o ano novo com a mais fiel e companheira do que qualquer mulher, mais astuta e sábia do que qualquer ancião, acolhedora e paciente como uma figura materna.

Comecei o ano ao lado de uma pessoa que me acompanhou durante o ano todo e me acolheu nos momentos mais difíceis, transformando a tristeza em alegria.

Passei o ano com a ... bebida!