O moço descobriu que não tinha a menor intrepidez para correr atrás de pautas ou a cabeça no lugar para exercer a função de um editor. Sua mente era repleta de dúvidas sobre as quais pareciam não haver respostas e não conseguira organizar o caos dentro de si.
Questionava sempre: Até que ponto um homem pode trabalhar somente por dinheiro? Por que prostituir sua inteligência a serviço de tão pouco. Se isolou numa solidão durante dois anos, perdendo tudo e se desligando de todos os amigos em detrimento de uma pequena porção de "Carreiras".
Desde seus 18 anos, quando começou a incursionar sozinho mundo à fora, dormir em rodoviárias e ir sempre atrás das ilusões perdidas, achou que poderia se dar bem e conhecer pessoas de diferentes crenças, nacionalidades e raças. Antes disso, já se familiarizara com o ambiente tenso e complexo, mas no fundo algo o lembrara que jornal só serve para enrolar peixe.
Pensara que encontraria um ambiente cercado de intelectuais que ouviam de Chico Buarque a Radiohead, discutiam literatura, filosofia e à noite se encontravam num botequim para discutir os percalços da vida. Mas o que encontrou foi uma realidade totalmente diferente. Pessoas caretas, vivendo num universo muito limitado.
Viu também muitas injustiças quando chegou lá. As pessoas que idealizara eram minoria. E presenciou a despedida de uma por uma. Teve de aguentar o homem da voz fina. Contudo, ressaltava sua crença na arte a todo momento.
terça-feira, 28 de julho de 2009
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Um comentário:
Putz. Muito bom seu texto. Sou estudante de jornalismo, e você descreveu todo o meu pensamento ou daquele que também se encontra no mesmo pensamento. Realmente os que estudam jornalismo são muito, com a sede de "mudar o mundo", mas dentro da redação a história é completamente outra.
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